terça-feira, 25 de novembro de 2014


3º Carta- Rio de Janeiro, 05 de julho de 2014
 
  Sou o desgosto da minha família, sou burra, as vezes magra demais outras vezes gorda demais, não consigo obter sucesso em nada que faço, sou problemática, sou imprestável, só sei fazer as pessoas me odiarem...
  Quando digo que estou bem, não quero dizer bem, de tipo "de bem com a vida" ou outra coisa do tipo.. Digo.. Bem triste, bem acabada, bem marcada, bem desorientada, bem destruída, bem estúpida, bem magoada, bem mal, bem tudo de ruim... Mas para o meu pai é apenas para chamar atenção ou pra fazer graça, ele não entende que não é brincadeira, são exatos seis anos me cortando e ele nunca se importou ou deu a mínima, a culpa não é só minha se a depressão tomou conta de mim, sou fraca e nunca esqueci isso, de ninguém, acho que é pedir muito pedir pro meu pai me ajudar!
  Sou julgada até pela minha sombra, não é querendo me fazer de coitada, mas não gosto de me cortar mas é minha penúltima alternativa, porque a última é me matar o que não está tão longe de acontecer.. Tá difícil seguir a vida assim, se jovem eu não aguento imagina mais velha.... Melhor acabar com a dor agora que ainda há tempo!
   



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